Não é nenhuma novidade que um dos principais elementos para o sucesso da impermeabilização sejam a qualidade da construção e a correta preparação da estrutura ou substrato para receber a impermeabilização. No entanto, constantemente verificamos erros construtivos que danificam ou prejudicam o bom desempenho do sistema impermeável, tais como:
- Ralos, tubulações, entre outros, indevidamente chumbados
- Juntas de concretagem mal executadas
- Concreto segregado com ninhos, bicheiras, etc.
- Recobrimento inadequado das armaduras
- Execução de enchimentos com entulho, antes da execução da impermeabilização
- Presença de elementos contaminantes como óleos, graxas, desmoldantes e agentes de cura inadequados ao sistema impermeabilizante
- Utilização de materiais inadequados para construção de jardineiras, espelhos d'água, etc.
- Regularização da laje executada com traço inadequado, sem cura, sob substrato sujo, destacado, com fissuras, etc.
- Desconsideração da natureza das dilatações térmicas distintas entre os diversos materiais de construção
Por isso, relacionamos abaixo os cuidados necessários para a preparação de alguns dos principais tipos de substratos.
1. SUPERFÍCIES EM CONCRETO COMO CORTINAS, RESERVATÓRIOS E SUBSOLOS, QUE RECEBERÃO IMPERMEABILIZAÇÃO DIRETA
Condições gerais para o início dos serviços
- Concreto desformado e curado por, no mínimo, 28 dias, com cobrimento de armadura mínimo de 3 cm.
- Devem ser removidos restos de madeira, pontas de ferro, concreto desagregado ou quaisquer outros elementos não pertencentes à estrutura.
- Furações, ralos, tubos passantes de instalações executadas devem ser liberados.
- Esperas para postes, grades e demais elementos fixados na estrutura devem estar concluídos e liberados.
- Chumbadores para escadas marinheiro, guias, pára- raios, etc, devem estar rigidamente fixados.
- A área a ser impermeabilizada deve estar desimpedida, limpa e interditada para o início dos trabalhos.
Metodologia Executiva
- Detecte todas as falhas de concretagem, ninhos, etc. retirando o agregado solto até a obtenção de concreto firme e homogêneo.
- Durante a retirada do concreto, tente obter uma cavidade côncava, com borda superior inclinada, de forma a facilitar a aderência do reparo.
- Pontas de ferro de amarração de fôrmas devem ser cortadas a uma profundidade mínima de 3 cm para o interior do concreto.
- Existindo o sistema de travamento de fôrmas, através de parafusos ou travas recuperadas, retire o tubo de PVC e escareie a superfície lisa deixada pelo tubo, utilizando uma furadeira elétrica com broca de diâmetro igual ao do orifício.
A recomposição das falhas de concretagem e o preenchimento dos furos e reparos necessários não devem ser executados com argamassa comum.
Espessuras de até 7 cm devem ser executadas preferencialmente com argamassa industrializada modificada com polímeros acrílicos, como o Denvertec 700 (espessuras de 30 mm a 70 mm) ou com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, amassada com água e emulsão adesiva acrílica, aplicando-se o Denverfix Acrílico no traço (2:1), conforme orientações abaixo:
- Execute a limpeza do substrato através de lavagem com água limpa.
- Umedeça o substrato e pincele a superfície de contato com pasta de cimento amassada, com solução de água e emulsão adesiva acrílica, aplicando o Denverfix Acrílico no traço (1: 1) e, imediatamente após, execute o reparo.
- Para reparos com espessuras maiores que 7 cm, execute o reparo com Denvergrout na consistência shim, apropriada para a execução de calços, pelo sistema Dry Pack, ou execute concretagem do tipo cachimbo.
- Cumpra os cuidados relativos à cura do reparo.
2. SUPERFÍCIES DE ALVENARIA E CONCRETO A SEREM REGULARIZADAS, COMO LAGES EM GERAL, RODAPÉS E ALVENARIAS
Condições gerais para o início dos serviços:
- Alvenarias concluídas.
- Tubulações de instalações rigidamente fixadas.
- Reparos estruturais executados conforme item 1.
- Esperas para postes, grades e demais elementos fixados na estrutura, executados.
- Chumbadores para antenas, pára- raios, ganchos de espera para balancins de manutenção, etc, rigidamente fixados. Bases de alçapões, domus, etc. prontas.
- Área desimpedida, limpa e interditada para início dos trabalhos.
Metodologia Executiva
Execução de argamassa de regularização horizontal
Pontos de níveis
- Marcar as cotas de níveis de escoamento de água, locação de ralos, juntas estruturais e todos os pontos necessários para elaborar o diagrama de escoamento, observando os caimentos de no mínimo 1%, ou conforme especificado em projeto.
- Obs: Piscinas e reservatórios não necessitam caimentos.
Taliscamento
- Após a elaboração do diagrama de escoamento de água, confeccionar taliscas de argamassa, com o objetivo de gabaritar a execução das mestras.
Argamassa
- Executar mestras com espaçamento máximo de 2,0 m e regularização com argamassa de cimento e areia traço 1: 3 ou 1: 4, com espessura mínima de 2,0 cm.
- Sarrafear e desempenar esta argamassa com auxílio de desempenadeira de madeira, promovendo um acabamento aveludado sem queimar.
- Arredondar cantos vivos e arestas todas as vezes que o sistema impermeabilizante exigir.
Execução de argamassa de regularização vertical
Em alvenaria
- Sarrafear e desempenar a argamassa de regularização, com espessura máxima de 1,5 cm, promovendo um acabamento desempenado.
Em concreto
- Executar apenas correções onde for necessário seguindo os procedimentos descritos no item 1. 2. 2.3 Lajes onde não é necessária a execução de caimentos: Rampas, Lajes de fundo de tanques e reservatórios
- Executar estas lajes com maiores cuidados, proporcionando acabamento desempenado com desempenadeira de madeira.
- Caso haja depressões ou saliências significativas, acima de 5 mm, providenciar inicialmente o corte das saliências e o acerto das depressões, com argamassa de cimento e areia, traço 1: 3, aditivada com adesivo de base acrílica, DENVERFIX ACRÍLICO, na espessura mínima de 2 cm.
3. SUPERFÍCIES EM SOLO, COMO CANAIS DE IRRIGAÇÃO, LAGOAS, ETC.
Condições gerais para o início do serviço
- O solo deverá estar devidamente compactado e apto para manter sua estabilidade quando for submetido às cargas incidentes.
- Pontos de passagem de tubulações, sifões, bases para medidores de vazão, etc., deverão estar colocados de acordo com o detalhamento em projeto.
- Todos os pontos de transição entre solo (substrato flexível) e outros substratos rígidos, deverão obedecer ao detalhamento específico adequado a cada caso.
- As valas de ancoragem laterais e intermediárias deverão estar escavadas nas dimensões de projeto.
Metodologia Executiva
- Remover todos os elementos pontiagudos e contundentes que possam vir a danificar a impermeabilização, como: pedras, raízes de plantas, etc.
- Havendo alguma irregularidade no solo que não possa ser eliminada, providenciar sua regularização, utilizando camada de solo cimento confeccionado com o solo do local ou providenciar uma camada berço com areia fina.
Limpeza
- A superfície a receber a impermeabilização deverá estar limpa e isenta poeira, elementos soltos, óleos, graxas, desmoldantes ou de quaisquer elementos impregnantes que possam prejudicar a aderência do sistema.
- O grau de umidade da superfície deverá obedecer às necessidades do tipo de impermeabilização a ser utilizada.
- Exceção se faz às aplicações de mantas diretamente sobre solo, pois trata-se de um sistema onde só há colagem nas emendas e a ancoragem é executada de forma mecânica.